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A MORTE, O LUTO E SEUS DESDOBRAMENTOS...

Desde o momento que nascemos, a única certeza que temos é que um dia, mais cedo ou mais tarde, de uma forma ou de outra, iremos morrer, entretanto, de uma maneira geral, convivemos muito mal com a aceitação deste fato e com o luto quando perdemos alguém que amamos. O que pode se tornar um momento marcante em nossas vidas. Então as reações são muito variáveis, dependendo das circunstâncias com que nos deparamos com a morte. Tem gente que chora muito, outros não conseguem.Tem gente que aceita, outros se revoltam, etc...

Podemos considerar que o ritual de um velório, mesmo que não seja de uma pessoa muito próxima é um momento de reflexão para que nós aprendamos a conviver com esta passagem. Muitas vezes isso não é aproveitado, às vezes se usa uma explicação fatalista, ou se racionaliza ou se culpa o destino ou até outras pessoas. Entretanto, muitas vezes relutamos em reavaliar nossos apegos materialistas, nossa espiritualidade, não simplesmente os conceitos simplórios de céu e inferno, mas a forma de nos relacionar com o universo e com as pessoas ao nosso redor. Um ótimo momento de se perguntar: o que realmente deixamos e o que levamos desta vida? O que é mais importante, senão o amor ? Afinal, qual o sentido de estarmos aqui? Qual nossa missão? O saldo entre o que herdamos e o que vamos deixar é positivo? E a partir da busca destas respostas darmos um sentido maior à nossa existência.

Logicamente que expressar o sofrimento por uma perda não é feio nem doentio. Todos nós sofremos, temos o direito de expressar esse sentimento e é salutar que o façamos, cada um à sua maneira. Entretanto, seguidamente encontramos pessoas ou famílias que se mantém enclausuradas em um pesar exagerado. O que pode significar um sentimento de culpa ou de omissão relacionado de alguma forma com o finado ou então um sentimento de auto flagelação disfarçado inconscientemente. Isto porque em vida tenha havido muitos conflitos, coisas mal resolvidas, coisas que ficaram por fazer ou dizer ao outro e que poderiam fazer muita diferença naquela relação. Portanto, faça o que precisa ser feito ou dito enquanto a pessoa está viva, faça acontecer a oportunidade de colocar tudo em pratos limpos, de expressar seus sentimentos porque você não sabe quanto tempo e em que circunstâncias vai ser o próximo reencontro, se isso acontecer.

Aproveitando o assunto, freqüentemente escutamos expressões inconseqüentes e que podem se tornar desastrosas principalmente quando ditas às crianças, por exemplo: Foi Deus que quis assim, Jesus levou fulano(a).Será mesmo que Deus queria que o fulano(a), por exemplo, vítima de um infarto fulminante, fumasse, fosse sedentário e obeso ? Será que é Jesus mesmo que leva alguém a dirigir embriagado, vindo à se vitimar em um acidente fatal ? Nestas situações de perdas trágicas, não seria melhor fazermos uma reflexão honesta e consciente, para então tirarmos aprendizados? Porque Deus sempre quer o melhor para todos nós, entretanto, precisamos reconhecer que demoramos muito à aprender, resistimos muito em tirar proveito das más experiências, somos repetentes em lições básicas da escola da vida. Lya Luft diz que a idéia da morte, a rainha da nossa perplexidade, deveria tornar o presente tão importante, o amor tão urgente, a bondade tão necessária, a ética tão essencial, a arte tão explicável. A morte deveria nos tornar melhores do que somos. Muito mais generosos. Menos orgulhosos e gananciosos. Mais audaciosos. Muito mais abertos para a alegria de viver, em lugar de tão enredados em nossas intrigas mesquinhas, nossas reclamações cotidianas, nossas vinganças minúsculas. A morte que nos espreita na cama, no carro, na praça, no avião...e mesmo assim nunca estamos preparados à lidar com ela. Desde crianças também é valioso sabermos que estamos sujeitos a fatalidades mas que acima de tudo, cada um de nós deve estar mais conscientizado, se responsabilizando e zelando pelo seu bem estar, assim como cada um tem sua parcela de responsabilidade em zelar pela saúde dos rios, do ar que respiramos, etc... enfim pelo bem-estar do nosso planeta, o qual nos enche de exemplos do ir e vir infinito, da vida em constante transformação. 

Cortesia: Dr. Gentil Brandão de Souza 
CLÍNICA DE HIPNOTERAPIA MÉDICA